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24 de Abril de 2024

Mulher que teve emprego negado por ser trans recebe indenização de R$ 245 mil

bit.ly/30SC9ar | Para atender a alta demanda do Natal do ano passado, uma loja varejista chamada Debenhams, na Irlanda do Norte, abriu dezenas de vagas de emprego temporário no setor de vendas.

Ava Moore, que mora no Condado de Down, candidatou-se à vaga. Durante a entrevista, foi qualificada como uma “boa candidata”, mas ao final do processo seletivo, não conseguiu o emprego.

Posteriormente, Ava recebeu um e-mail alegando que a decisão de não contratá-la foi porque ela é uma mulher trans.

Ava então decidiu processar a empresa e venceu a causa: recebeu uma quantia de £ 45 mil (R$ 245 mil) por danos morais, porém a companhia não admitiu a responsabilidade pelo caso de preconceito.

Apoiada pela Comissão de Igualdade do condado, ela disse em um comunicado: “Fiquei realmente desapontada por não ter conseguido o emprego. Eu pensei que tinha completado uma boa entrevista, que incluía interagir com os clientes na área de vendas”.

“Esse trabalho era exatamente o que eu procurava e pensei que seria realmente boa nisso. No entanto, durante o curso da entrevista, senti uma mudança na atmosfera depois de fornecer minha certidão de nascimento, que divulga minha história de gênero e o fato de ser uma mulher trans”, relatou.

“Fiquei tão chateada [quando não consegui o emprego]. O que meu gênero tem a ver com minha capacidade de fazer vendas? Estou apenas tentando fazer uma vida melhor para mim, quero trabalhar e me sustentar”, afirma.

“Minha confiança estava abalada e eu estava tão desanimada – senti que não importava o quanto eu tentasse ou o desempenho da entrevista, parecia que minha identidade era mais importante do que ser capaz de fazer o trabalho.”

A entrevista de emprego incluiu uma mini experiência de trabalho na loja, na qual Ava vendeu um produto para um cliente.

“A questão aqui é simples – um trabalho deve ser direcionado à pessoa que se sai melhor na entrevista e nos testes de seleção. Isso que significa igualdade de oportunidades na prática. A empresa confirmou que Ava teve um bom desempenho na entrevista e na interação com os clientes – e ela diz que estava disposta a trabalhar as horas necessárias”, observou Michael Wardlow, comissário-chefe da Comissão de Igualdade.

“Quanto mais aberto e inclusivo for o processo de recrutamento, maior será a probabilidade de evitar discriminação ilegal e aumentar a probabilidade de conseguir as pessoas melhores e mais qualificadas para o trabalho”, aponta o comissário-chefe.

“A varejista Debenhams disse que está disposta a fazer uma parceria com a Comissão para revisar suas políticas, práticas e procedimentos de igualdade de oportunidades. Nos comprometemos com isso e esperamos trabalhar com eles”, concluiu.

Michael aproveitou o caso para citar uma pesquisa da revista Life and Times que mostrou que 21% dos entrevistadores da Irlanda do Norte têm algum tipo de preconceito contra a comunidade TTT (travestis, transgêneros, transexuais).

Um porta-voz da varejista Debenhams disse: “Fizemos um acordo com base em nenhuma responsabilidade por parte da Debenhams. Somos um empregador de oportunidades iguais comprometido em promover a igualdade e a diversidade nos negócios e em todo o setor. As decisões sobre condições de recrutamento, treinamento, promoção e emprego são baseadas apenas na competência e desempenho pessoais”, tentou ponderar.

Por Gabriel Pietro

Põe na Roda

Fonte: razoesparaacreditar.com

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